sexta-feira, 24 de agosto de 2012

NÃO VOU A IGREJA,POIS SOU A PRÓPRIA

Amados irmãos oremos: Pai celestial e criador dos céus e da terra, apresento-me com temor e gratidão a ti, agradecendo-lhe por todas as maravilhas que tendes me dado com amor e zelo. Continua dirigindo a minha vida pelo teu Espírito Santo e usando-me como boa serva e instrumento útil. Protege-me  de todo mal assim como a minha família, em nome do Senhor Jesus Cristo Nazareno, amém.
Irmãos, hoje vou trazer para nossa edificação um artigo publicado em um site do Pastor Luciano Feu, que nos trás de uma forma clara, equilibrada e profunda a situação das denominações evangélicas que se dizem igrejas e da ação dessas supostas igrejas sob os seus membros e a reação dos mesmos. Desde já glorifico o nome do Senhor Jesus pela vida desse pastor que corajosamente nos trás com muita competência a verdade.

40 Milhões fora da “igreja”! De quem é a culpa?

Olá pessoal, fiquei um tempo sem escrever, orando e refletindo sobre como está à igreja e o que realmente é ser igreja. Pelo fato de você e eu sermos igreja esse é um assunto que nos afeta diretamente.
Entendermos que igreja são pessoas e não uma estrutura é essencial para vivermos manifestando o evangelho fora das quatro paredes (foi para isso que fomos chamados) e não vivermos servindo a uma estrutura.
Por isso, mais uma vez estou aqui para declarar minha indignação e repulsa diante de tudo o que tenho visto e ouvido a respeito do que estão fazendo com a igreja do Senhor (quando falo igreja me refiro a pessoas e não a estruturas).
Calar-me diante de tudo isso é ser cúmplice de todo esse mal e destruição. Então quero fazer coro com muitos irmãos, sejam líderes ou não, que estão expressando sua indignação e preocupação com o rumo que a igreja evangélica está tomando.
Aos que vão ler esse texto, principalmente os pastores, quero dizer que não é nada pessoal, minha luta não é contra vocês. Meu compromisso é simplesmente com a verdade.
O que vou escrever é simplesmente um desabafo de alguém que já viu e ouviu o suficiente durante quase vinte anos servindo ao amado Senhor e salvador Jesus Cristo.
Minha oração é para que aqueles que não se encaixem naquilo que vou falar expressem também sua indignação e para aqueles que se encaixam, que se arrependam e mudem sua forma de viver, ainda há esperança.
Então vamos lá, quero começar citando uma reportagem que saiu na revista “Isto É” do dia 24/08/2011, com a manchete da capa dizendo assim: “O novo retrato da fé no Brasil”, dentre os assuntos abordados houve um que trouxe grande alvoroço na comunidade evangélica, que tinha como título: “Cresce o número de evangélicos que não freqüentam nenhuma igreja”.
Certo dia estava em uma reunião de líderes evangélicos e vi uma pastora abordando esse assunto trazendo um novo dado que dizia que o número de evangélicos fora da igreja era de 40 milhões, e na sua explanação ela colocou alguns dos motivos que acreditava porque essas pessoas estavam saindo das igrejas, o que mais me chamou a atenção foi que em nenhum momento ela responsabilizou os pastores e líderes pela saída da grande parte dessas pessoas.
Nesse ponto discordo dela, e baseado no que ouvi durante mais de dez anos ministrando aconselhamentos, é que 90% dessas saídas são causadas por problemas com pastores e líderes.
Dizer que estão saindo porque são fracas, não se converteram de verdade, que são melindrosas demais, que Deus está limpando a igreja, sacudindo a árvore para cair o fruto podre, é simplesmente o retrato da hipocrisia de pastores que não são capazes de reconhecer o próprio erro, de homens e mulheres que assumem o papel de líderes e junto com seus títulos de pastores, bispos e apóstolos assumem também a postura maligna de acreditarem que não cometem erros, reivindicam para si a doutrina de demônios dos papas da igreja católica de que são infalíveis, dizem que tudo que fazem e falam tem respaldo divino.
Nessa postura do inferno, líderes estão matando espiritualmente e emocionalmente verdadeiros filhos de Deus, jogando fora pessoas pelo simples fato de discordarem, amaldiçoando outros só porque não querem mais ficar na sua igreja, (literalmente “sua” igreja).
Batem no peito e dizem que são representantes de Deus e que não precisam pedir perdão de nada (às vezes fico me perguntando onde esses pastores encontraram essa perfeição toda, sou pastor há dez anos e até hoje não consegui ser infalível).
Vejo esses 40 milhões que estão fora das igrejas como um efeito colateral de tudo aquilo que essas instituições intituladas igrejas (que na verdade não são) estão causando. Além dos escândalos internos, ainda tem a repercussão externa, que tira o crédito da verdadeira igreja perante a sociedade. Dificultando a pregação do evangelho fora das quatro paredes e impedindo a salvação de milhares de pessoas.
Sei que a grande maioria dessas pessoas, são pessoas sinceras no seu compromisso com o Senhor e que na verdade estão cansadas de tanta aberração feita “em nome de Deus” dentro dessas “igrejas”.
Estão cansadas de tanta manipulação e mentiras. Cansadas de pregações que causam mais culpa do que perdão, de ver que púlpitos, lugares que deveriam ser usados para pregar as boas novas do nosso Senhor Jesus Cristo são usados para manipular, gerar medo, agredir, ofender, amaldiçoar, arrancar dinheiro e mandar recados de coisas que deveriam ser faladas pessoalmente.
Pregações vazias, que não alimentam o povo, apelos desesperados ao arrependimento, que na grande maioria das vezes não é para o arrependimento de pecados, mas, de não estar dizimando, ofertando ou contribuindo mais, afinal a estrutura deve ser servida e ela tem despesas para pagar. Não é mais a estrutura que serve o povo, mas, o povo que serve a estrutura, como diz o pensamento moderno de muitos pastores: “as pessoas vem e vão, mas, a estrutura fica”.
Quando lemos Mateus 23 vemos que é tão atual quanto no dia que foi escrito “Ai de vós escribas e fariseus hipócritas…” ou seria numa versão moderna: “Ai de vós pastores, bispos e apóstolos hipócritas…”
Infelizmente essa “nova categoria de evangélicos”, só reflete a insatisfação com o que estão encontrando dentro dessas “igrejas”. Embora não acredite que a solução seja abandonar de vez a instituição, pois acredito que ela é neutra, pode ou não servir aos interesses do Reino de Deus só depende de quem está por trás.
Vejo nessas pessoas uma forma de protesto, e deixo um alerta, se não houver mudanças sérias dentro dessas instituições mais e mais pessoas vão se juntar a esse grupo, o pior é que muitas estão feridas, magoadas e não foram restauradas o que resulta em problemas no seu relacionamento com Deus, infelizmente muitas vão afundar na fé por não suportarem as pressões do mundo sozinhas. Minha pergunta é quem será responsabilizado diante do Senhor?
“Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar.” (Mt 18:6)

Quero terminar dizendo que é realmente insuportável ver tudo isso. Ver homens e mulheres que começam levantando altares e terminam levantando monumentos. Homens e mulheres que começam pregando o evangelho da salvação e glorificando a Deus e terminam pregando a doutrina de demônios da prosperidade e glorificando a Mamom.
O que sei é que brincar com Deus é brincar com a própria eternidade.
“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna.”
Sei que um dia o juízo de Deus virá e começará pela sua casa, por isso é necessário arrependimento de toda obra morta para que Deus tenha misericórdia de nós no dia da sua ira.

Com Amor em Cristo